Sete pontos sobre o que o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais não é
O ano de 2022 promete ser o marco para a área de Saúde e Segurança no país. No dia 3 de janeiro, entrou em vigor a nova NR 1 e o GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais), executado a partir do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
A data também coincide com a extinção do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), que não sai de cena para dar lugar ao novo modelo, já que o texto da NR 9 tem como base os conceitos de Higiene Ocupacional avaliando os agentes físicos, químicos e biológicos.
Agora, com o PGR e o GRO, o foco é mais abrangente com a avaliação constante de todos os tipos de riscos e perigos, incluindo ergonômicos e de acidentes, e reunindo todas as atividades e ambientes de trabalho da organização. Além de identificar os perigos, com o GRO será necessário avaliar os riscos com a participação dos trabalhadores, estabelecer controles, monitorar as ações implantadas e buscar a melhoria contínua de um sistema de gestão de SST, sempre que houver modificações no ambiente laboral.
Para entender mais sobre o GRO, o profissional da área de SST há mais de 30 anos, Eduardo Almeida, que mantém o canal no Youtube Dr. Safety e atua como especialista de Segurança de Processos Sênior da Usiminas, explica nos sete pontos abaixo sobre o que o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais não é:
1 | Não é uma novidade
Está sendo proposto um modelo de gestão de risco muito conhecido. Todos os conceitos da NR 1 são advindos da ISO 31000. É o mesmo modelo de gestão, o que muda é o foco. Na NR 1 estamos falando de risco ocupacional.
2 | Não é um documento
É muito mais que um documento. É um modelo de atuação. É uma forma de gerir. Não é ter um PGR na gaveta que vai resolver o problema. Tem que haver um processo de identificação, avaliação, controle e melhoria dos riscos ocupacionais.
3 | Não é um bicho de sete cabeças
Quanto mais complexo for o processo produtivo, quanto mais interação entre os empregados e os equipamentos, quanto mais atividades forem desenvolvidas na empresa, mais robusto precisa ser o processo de identificação de riscos, mas não é um bicho de sete cabeças. O modelo de gestão de riscos que preconiza a NR 1 é simples: identificação, avaliação, controle e melhoria do ambiente de trabalho. É um modelo de gestão baseado em normas que são bastante conhecidas.
4 | Não é modinha
Não pode ser encarado dessa forma, como muitos encararam o PPRA. O GRO é uma oportunidade que as empresas e profissionais têm de fazer gestão de segurança, fazer gestão de risco. As empresas que conseguirem levar a sério vão perceber os benefícios que este modelo pode trazer.
5 | Não é processo batelada
O que a NR 1 pede é o contrário. Um processo contínuo, que vai ao longo de muitos anos trabalhar na identificação, avaliação, controle dos riscos e, à medida que vai melhorando e reduzindo, outros podem ser descobertos e incorporados, agregando novas informações. É um processo contínuo, que nunca tem fim e o começo é sempre pela identificação do risco.
6 | Não é para qualquer um executar
O principal responsável pela execução é o dono do negócio. Ele que tem que fazer as coisas acontecerem. Mas ele precisa de alguém muito especial que vai ajudar a fazer isso acontecer, que é o profissional de segurança. Esse profissional necessita ter o conhecimento, a expertise para saber entregar ao dono do risco, do negócio, o melhor programa de gerenciamento do risco ocupacional que ele pode desenvolver.
7 | Não é para prejudicar a empresa
O GRO vem para controlar risco e isso é bom para todo mundo. A consequência do risco, que são os acidentes, é prejudicial para todos. O trabalhador perde, a sociedade perde, a empresa perde. Para um acidente acontecer, vários incidentes anteriores aconteceram provenientes do mau controle do risco. Se o profissional for eficaz e souber direcionar adequadamente tudo que é importante para a empresa, ela vai ganhar muito e os trabalhadores também.
Fonte: https://www.protecao.com.br